Situado na Quinta do Alçada, em Leiria, o Redes na Quinta nasce em 2016 com o objetivo de promover a inclusão social de crianças e jovens. Contudo, este não é o único objetivo do projeto.
Segundo Carolina, coordenadora do Redes e psicóloga, passa também por “promover o diálogo intercultural e a integração de comunidades migrantes” da zona. Após a identificação de problemas sociais, a IPSS InPulsar propôs-se a trabalhar. com a comunidade presente na Quinta do Alçada, dando apoio ao Redes .na Quinta.
Desde então, esta é a instituição gestora e promotora do projeto. Além disso, o Redes é financiado pelo Programa Escolhas, que visa “apoiar sobretudo .crianças e. jovens de contexto socialmente desfavorecidos”, afirma Carolina.
A diversidade cultural
Num bairro onde o convívio cultural é uma constante, o trabalho do .projeto vai, de igual modo, ao encontro do diálogo. Aqui, Carolina afirma que .promovem um diálogo entre cidadãos que “seja feito de forma pacífica”. Além disto, um convívio realizado “de forma salutar, saudável, com os recursos que todos os jovens e crianças .deviam ter à disposição para o seu desenvolvimento e durante o seu crescimento” é fulcral para o objetivo do Redes.
Para lá do convívio, pretende-se passar a mensagem que, apesar .de diferentes, todos temos algo em comum. Deste modo, campanhas de awareness são criadas para sensibilizar a população de que ser português .não é uma linha contínua e monótona. O vídeo “O que é ser português” desenvolvido pelo projeto demonstra isso mesmo. Neste, é possível encontrar diversos .jovens a apresentarem-se. Cores de pele diferentes, idades diferentes e nomes distintos dos que estamos habituados a ouvir em Portugal. Contudo, .todos partilham uma característica – são portugueses.
A coordenadora do projeto acrescenta que quando se trabalha com. crianças e jovens há que ir mais além. Afirma que “as crianças e os jovens estão inseridos noutros sistemas”. Por isso mesmo trabalham de forma .ativa, também, com as suas famílias.
“Pretendemos disponibilizar às comunidades .migrantes certos recursos que .estas não têm”, diz Carolina. Assim, o atendimento às famílias nos âmbitos de apoios sociais e psicológicos, bem como a promoção da língua portuguesa,. são métodos adotados pelo .projeto para dar apoio aos migrantes que frequentam o Redes.
A língua de acolhimento e a integração social
Carolina refere que “ter recursos básicos ao nível da língua do país de acolhimento favorece a integração dos migrantes”. Igualmente, aponta que esta é .uma das maiores barreiras à integração dos cidadãos.
A princípio, o projeto verificou que muitos cidadãos das comunidades migrantes não estavam alfabetizados na sua língua materna. No entanto, era fulcral alfabetizá-los na língua do país de acolhimento. Para combater este problema social, o SPEAK e o projeto uniram forças. “Desde 2016, o SPEAK tem colaborado connosco ao nível dos grupos de português, através da disponibilização de buddies”, relata Carolina.
Nesse sentido, foi necessário adaptar, não só os conteúdos partilhados com os participantes, como também os grupos. Carolina refere que “as senhoras marroquinas .não vinham se houvesse aqui pessoas do sexo .masculino”. Por isso, havia a necessidade de haver grupos por género, neste caso, formar grupos somente femininos. Deste modo, foi possível alfabetizar as .participantes e respeitar a sua cultura.
Uma rede de parcerias
Mas, o SPEAK não é o único projeto que ajuda o Redes na Quinta a atingir os seus objetivos. O IEFP de Leiria apresenta um protocolo com o Redes. Este permite a obtenção dos níveis linguísticos que facilitam o acesso dos cidadãos de .comunidades migrantes à nacionalidade e à permissão de residência permanente. No total, 36 pessoas já foram certificadas .e “puderam ter a sua documentação regularizada”, confirma Carolina...
Outro exemplo de iniciativa para ajudar à integração social é o GIP Migrante. Carolina explica que o GIP Migrante tem como finalidade. ajudar os cidadãos .migrantes na procura ativa de emprego.
Por fim, Carolina reforça que o respeito e a valorização da diferença .começam na empatia. Diz mesmo que são parte da nossa própria humanidade. Menciona também que a promoção da integração dos migrantes é importante e que o SPEAK apresenta um papel fundamental. “A nossa relação com o SPEAK tem sido de facto muito positiva, satisfatória e duradoura. Colabora connosco desde a nossa implementação e temos sempre vontade de continuar”, afirma Carolina.
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